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09/05/2024 - Bolsa cai e dólar sobe, com foco em Copom dividido sobre ritmo de corte da Selic

A Bolsa brasileira operava em queda firme nesta quinta-feira (9), com investidores repercutindo a decisão dividida pela desaceleração do ritmo de corte da taxa Selic.

Às 12h13, o Ibovespa recuava 1,42%, a 127.644,19 pontos. O dólar, no mesmo horário, saltava 1,25%, cotado a R$ 5,154 na venda.

O Banco Central decidiu cortar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,50% ao ano, interrompendo uma sequência de seis reduções seguidas de 0,50 ponto percentual e abandonando a indicação sobre o futuro dos juros básicos.

O corte, porém, levantou preocupações sobre mudanças no perfil do colegiado, com o Copom (Comitê de Política Monetária) também destacando em seu comunicado cenários internacional e doméstico incertos.

Segundo participantes do mercado, o que mais pesou foi a divisão na decisão, que, para muitos, revela viés político na autarquia.

De acordo com o comunicado do Copom, a redução de 0,25 ponto foi apoiada pelo presidente Roberto Campos Neto e os diretores Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato Gomes. Indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ailton de Aquino, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira votaram por corte maior, de 0,50 ponto percentual.

Pesa ainda a decisão de Galípolo, antes número 2 de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e hoje apontado como o favorito para ser o próximo presidente do BC. No final deste ano, Lula deverá indicar um novo presidente e mais dois diretores ao BC, conforme os mandatos de Campos Neto e dos diretores Carolina Barros e Otávio Damaso se aproximam do fim.

Com Galípolo de um lado e Campos Neto de outro, a análise é que a votação pode ter sinalizado "como será a política monetária do próximo mandato", avalia José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.

Para Alfredo Menezes, sócio da gestora Armor Capital, o fato de todos os indicados pelo governo terem votado por maior flexibilização monetária ainda "pode passar uma percepção de que o novo BC em janeiro será muito influenciado pelo Poder Executivo".

Apesar da divisão na votação, o Copom diz que, de forma unânime, avalia que o cenário global incerto, o cenário doméstico marcado por uma atividade econômica mais forte que a esperada e as expectativas de inflação acima da meta demandam maior cautela.

Sobre os próximos passos, o Copom diz que "a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta". Acrescenta, ainda, que a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de queda da inflação, mas também "a ancoragem das expectativas em torno de suas metas".

O comunicado teve um tom "hawkish", avalia Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital. A palavra é derivada de "hawk", ou "falcão", em inglês, e significa um comportamento agressivo, de ataque.

"Além disso, comentam sobre a necessidade de maior cautela, já que o ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada sobre o início da flexibilização de política monetária nos EUA. Sobre Brasil, destacam que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado maior dinamismo do que o esperado."

Na cena corporativa, boa parte dos papéis operava no negativo. Vale e Petrobras, as empresas de maior peso no Ibovespa, avançavam, ajudando a conter a pressão sobre o índice.

A mineradora tinha ganhos de 0,92%, enquanto os papéis preferenciais e ordinários da petroleira subiam, respectivamente, 0,17% e 0,59%.

Entre as maiores quedas, Soma perdia 8,54%, após divulgar perdas de 81% no lucro do 1º trimestre ante um ano antes. Arezzo, que deve se fundir ao grupo de moda, caía na esteira, a 7,66%.

Na quarta-feira, o dólar fechou em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,090, interrompendo a sequência de sessões estáveis iniciada na segunda-feira.

O Ibovespa avançou 0,19%, a 129.454,94 pontos, com investidores de olho em uma bateria de balanços corporativos e no anúncio do Banco Central sobre o patamar da taxa Selic.

O pregão demonstrou cautela dos investidores quanto ao tamanho do corte, com apostas divididas entre 0,5 p.p. e 0,25 p.p –refletida, inclusive, nos juros futuros.

A taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 10,215%, ante 10,212% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,46%, ante 10,419% do ajuste anterior.

Tivemos uma piora do cenário internacional com o Fed [banco central dos EUA] decidindo manter os juros altos por lá, após dados de inflação acima do esperado. Aqui no Brasil também tivemos dados mostrando uma atividade econômica aquecida, além de preocupações com o fiscal, com o governo gastando mais que o esperado", disse Rodrigo Cohen, analista de investimentos e embaixador da XP Investimentos.

Na cena empresarial, uma bateria de novos balanços trimestrais —como BRF, GPA, Ambev, Carrefour Brasil e Telefônica Brasil (Vivo)— também pesou no sentimento dos investidores.

Entre as baixas, Petz perdeu 6,02%, seguida por GPA (5,88%), Telefônica (5,63%) e Ambev (3,41%). Os balanços das empresas decepcionaram acionistas. De grande influência no Ibovespa, Vale perdeu 0,91%, em linha com os futuros do minério de ferro na China.

Do lado positivo, Marfrig avançou 11,18%, seguida por BRF, com 11,17%. Os papéis preferenciais da Petrobras subiram 1,53%, enquanto os ordinários avançavam 1,06%, ajudando a aliviar a pressão sobre o Ibovespa e reduzindo perdas vistas mais cedo —pela manhã, o Ibovespa chegou à mínima de 128.048,04 pontos.

FONTE: UOL

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