ÓLEO COMBUSTÍVEL MARÍTIMO
DISPOSIÇÕES
RESOLUÇÃO ANP Nº 895, de 18.11.2022
(DOU de 23.11.2022)
Dispõe sobre as especificações do querosene de aviação de alto ponto de fulgor, especial para a Marinha do Brasil e do óleo combustível marítimo para turbinas, e as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos que comercializam o produto à Marinha do Brasil.
A DIRETORIA DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS - ANP, no exercício das atribuições conferidas pelo art. 65 do Regimento Interno, aprovado pela Portaria ANP nº 265, de 10 de setembro de 2020, e pelo art. 7º do Anexo I do Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro de 1998, tendo em vista o disposto na Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997,]
CONSIDERANDO o que consta no processo nº 48610.205397/2021-13 e as deliberações tomadas na 1.105ª Reunião de Diretoria, realizada em 8 de novembro de 2022,
RESOLVE:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Resolução estabelece a especificação do querosene de aviação de alto ponto de fulgor, especial para a Marinha do Brasil e a especificação do óleo combustível marítimo para turbinas (OCMT), consoante as disposições contidas no Anexo, e as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos que comercializam os produtos com a Marinha do Brasil.
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º A comercialização e o transporte de óleo combustível marítimo para turbinas de especificações diversas daquela indicada pela Tabela I do Anexo é permitida, desde que haja acordo entre as partes envolvidas, sem prejuízo de atendimento a outros regulamentos da ANP.
Art. 3º A Tabela II do Anexo deverá ser observada pelas refinarias e pelos distribuidores de combustíveis de aviação.
Art. 4º As análises de OCMT deverão ser realizadas em amostra representativa obtida segundo um dos métodos a seguir, de acordo com a publicação mais recente:
I - ABNT NBR 14883: Petróleo, derivados de petróleo e biocombustíveis - Amostragem manual; ou
II - ASTM D4057: Standard Practice for Manual Sampling of Petroleum and Petroleum Products.
Art. 5º Os dados de precisão, repetibilidade e reprodutibilidade, fornecidos nos métodos estabelecidos na Tabela II do Anexo, deverão ser utilizados somente como guia para a aceitação das determinações em duplicata do ensaio, não devendo ser considerados como tolerância aplicada aos limites especificados.
Parágrafo único. No caso de serem realizadas determinações múltiplas, deverá ser usada a média dos resultados.
Art. 6º As características presentes nas especificações contidas na Tabela I e II do Anexo deverão ser determinadas conforme a publicação mais recente de cada método de ensaio adotado.
Art. 7º Um dos inibidores de oxidação relacionados na Tabela III do Anexo deverá ser adicionado ao querosene de aviação de alto ponto de fulgor, especial para a Marinha do Brasil, imediatamente após seu processamento, em uma proporção de 17,2 a 24,0mg/L.
Art. 8º O desativador de metal N, N` disalicilideno-1,2 propanodiamina deverá ser adicionado ao querosene de aviação de alto ponto de fulgor, especial para a Marinha do Brasil, em um teor menor que 5,8mg/L.
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 9º Ficam revogadas:
I - a Resolução CNP nº 9, de 31 de março de 1987; e
II - a Resolução ANP nº 20, de 19 de junho de 2012.
Art. 10. Esta Resolução entra em vigor em 1º de dezembro de 2022.
Rodolfo Henrique De Saboia
Diretor-Geral
ANEXO
(a que se referem os arts. 1º, 2º, 3º, 5º, 6º e 7º da Resolução nº 895, de 18 de novembro de 2022)
Tabela I
Especificações do óleo combustível marítimo para turbinas.
CARACTERÍSTICA |
UNIDADE |
LIMITE |
MÉTODO (1) |
|
ABNT NBR |
ASTM |
|||
Aparência (2) |
Passa |
14954 |
D4176 |
|
Número de cetano, mín. |
47 |
- |
D613 |
|
Destilação: ponto final, máx. |
ºC |
385 |
7125 |
D86 |
Ponto de fulgor, mín. |
ºC |
66 |
14598 |
D93 |
Ponto de fluidez, máx. |
ºC |
6 |
11349 |
D97 |
Ponto de névoa, máx. |
ºC |
1 |
11346 |
D2500 |
Viscosidade cinemática a 40ºC, |
mm²/s |
1,7 a 4,5 |
10441 |
D445 |
Resíduo de carbono dos 10% finais, máx. |
% massa |
0,20 |
15586 |
D524 |
Enxofre total, máx. |
% massa |
1,00 |
14533 |
D2622 D4294 D5453 |
Corrosividade ao cobre (2h a 100ºC), máx. |
1 |
14359 |
D130 |
|
Cor ASTM, máx. |
3,0 |
14483 |
D1500 D6045 |
|
Cinzas, máx. |
% massa |
0,010 |
9842 |
D482 |
Contaminação por partículas, máx. |
mg/litro |
anotar |
- |
D6217 D5452 |
Densidade a 20ºC, máx. |
kg/m³ |
anotar |
7148 |
D1298 D4052 |
Demulsividade a 25ºC, máx. |
min |
10 |
14172 |
D1401 |
Acidez total, máx. |
mg KOH/g |
0,10 |
14448 |
D664 D974 |
Água, máx. |
mg/kg |
500 |
11348 |
D6304 |
Sedimentos, máx. |
% massa |
0,01 |
14938 |
D473 |
Estabilidade à oxidação: insolúveis totais, máx. |
g/m³ |
25,0 |
- |
D2274 |
Vanádio |
mg/kg |
0,5 |
- |
D3605 |
Sódio + Potássio, máx. |
mg/kg |
0,5 |
- |
D3605 |
Tabela II Especificações do querosene de aviação de alto ponto de fulgor, especial para a Marinha do Brasil.
CARACTERÍSTICAS |
LIMITES |
MÉTODO (1) |
||
ABNT NBR |
ASTM |
IP |
||
Aparência (método visual) |
(3) |
- |
- |
- |
Cor, Saybolt |
anotar |
- |
- |
- |
Corrosividade à lâmina de cobre, 2h a 100ºC, máx. |
1b |
- |
D130 |
- |
Corrosividade à lâmina de prata, 4h a 50ºC, máx. |
2 |
- |
- |
227 |
Destilação,ºC |
||||
Ponto ebulição inicial |
anotar |
- |
D86 |
- |
10% recuperados, máx. |
205 |
|||
20% recuperados, máx. |
anotar |
|||
50% recuperados, máx. |
anotar |
|||
90% recuperados, máx. |
anotar |
|||
ponto Final, máx. |
290 |
|||
resíduo, % em volume, máx. |
1,5 |
|||
Perdas, % em volume, máx. |
1,5 |
|||
Enxofre mercaptídico, % em massa, máx. |
0,003 |
6298 |
D3227 |
- |
Enxofre total % em massa, máx. |
0,40 |
- |
D1266 D2622 |
- |
Estabilidade térmica |
||||
Diferencial de pressão no filtro, mmHg, máx. |
25 |
- |
D3241 |
- |
código de depósito no pré-aquecedor, menor do que |
3 |
|||
Goma atual, mg/100ml, máx. |
7 |
- |
D381 |
- |
Índice modificado de separação de água, mín. |
85 |
- |
D2550 |
- |
Densidade kg/L, a 15ºC |
0,788 a 0,845 |
7148 |
D1298 |
- |
Acidez total, mg KOH/g, máx. |
0,015 |
- |
D3242 |
- |
Aromáticos, % em volume máx. |
25,0 |
- |
D1319 |
- |
Olefinas, % em volume, máx. |
5,0 |
- |
D1319 |
- |
Ponto de congelamento,ºC, máx. |
34 |
7975 |
D2386 |
- |
Ponto de Fuligem, mm, mín. |
19 |
- |
D1322 |
- |
Ponto de Fulgor,ºC, mín. |
60 |
7974 |
D56 |
- |
Produto ponto de anilina x densidade API, min. |
4500 |
7148 |
D611 D1298 |
- |
Sólidos totais, mg/L, máx. |
1,0 |
- |
- |
- |
Tolerância à água |
||||
na interface, máx. |
1b |
6577 |
D1094 |
- |
separação, máx. |
2 |
|||
Viscosidade a 20ºC, cSt, máx. |
8,5 |
- |
D445 |
- |
Cobre, µg/kg, máx. (4) |
150 |
- |
- |
225 |
Observação:
(1) Os métodos listados referem as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), da ASTM International (ASTM) e do Institute of Petroleum (IP).
(2) Indicar se o ensaio foi realizado em campo ou no laboratório e a temperatura da amostra.
(3) Claro e límpido, isento de material sólido e de água não dissolvida, em temperatura ambiente normal.(4) Aplica-se somente na refinaria, quando o combustível tiver sido submetido ao adoçamento por cobre.
Tabela III - Inibidores de oxidação para adição ao querosene de aviação de alto ponto de fulgor, especial para a Marinha do Brasil
2.6 - ditert-butilfenol |
2,4 - dimetil-6-tert-butilfenol |
75% min. 2,6 - ditert-butilfenol 25% máx. terciário e tritert-butilfenóis |
55% min. 2,4 - dimetil-6-tert-butilfenol 45% máx. mistura de butilfenóis terciários e ditert-butilfenóis |
60% min. 80% máx. 2,6 - dialquilfenóis 20% min. 40% máx. mistura de 2,3,6-trialquilfenóis e 2,4,6-trialquilfenóis |
35% min. 4-metil-2,6-ditert-butilfenol 65% máx. mistura de metil, etil e dimetil tert-butilfenóis |
60% min. 2,4-ditert-butilfenol 40% máx. mistura de butilfenóis terciários |
30% min. mistura de 2,3,6-trimetilfenol e 2,4,6-trimetilfenol 70% máx, mistura de dimetilfenóis |
65% min. mistura de 2,4,5-tri-isopropilfenol e 2,4,6-tri-isopropilfenol 35% máx. mistura de outros isopropilfenóis e difenóis |
55% min. etilfenóis butilados |