VÍCIO OCULTO NA COMPRA DE VEÍCULO

 

Órgão

:

1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais

Classe

:

ACJ - Apelação Cível no Juizado Especial

N. Processo

:

2000 01 1 022276-9

Apelante(s)

:

708 veículos – ulysses automóveis ltda - me

Apelado(s)

:

VICTOR MARCELO SANCHES

Relator Juiz

:

FERNANDO HABIBE

 

EMENTA

 

RELAÇÃO DE CONSUMO. VENDA E COMPRA DE AUTOMÓVEL USADO. VÍCIO OCULTO. DECADÊNCIA.

O direito do consumidor reclamar indenização dos gastos por ele efetuados para reparar vício oculto no automóvel que adquiriu caduca em noventa dias, contados da data em que evidenciado o defeito.

 

ACÓRDÃO

 

Acordam os Senhores Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, FERNANDO HABIBE – Relator, JOSÉ DE AQUINO PERPÉTUO - Vogal, LEILA CRISTINA GARBIN ARLANCH - Vogal, sob a presidência do Juiz JOSÉ DE AQUINO PERPÉTUO, em DAR PROVIMENTO. UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas.

Brasília (DF), 04 de junho de 2002.

 

JOSÉ DE AQUINO PERPÉTUO

Presidente

FERNANDO HABIBE

Relator

 

 

VOTOS

 

O Senhor Juiz FERNANDO HABIBE - Relator

Trata-se de recurso interposto pela ré, condenada a indenizar, parcialmente, as despesas efetuadas pelo autor/apelado para consertar vício oculto no motor do automóvel que dela adquiriu.

O recurso merece ser provido, porquanto configurada a decadência alegada na contestação e no apelo.

Infere-se dos autos que o defeito tornou-se evidente no dia 04/01/2000. Não obstante, somente no dia 07/04/2000 a presente demanda foi ajuizada, vale dizer, quando já operada a decadência (CDC, art. 26, II e § 3º) que, cumpre ressaltar, não foi obstada por iniciativa do apelado, carecendo os autos de qualquer prova no sentido de que ele tenha formulado reclamação junto ao apelante (art. 26, § 2º).

A propósito, sabe-se ser a decadência a extinção do direito substancial, conceituação essa que, por si só, desautoriza a interpretação de que o mencionado art. 26 tem por objeto a reclamação extrajudicial.

Aliás, do próprio parágrafo segundo, do art. 26, infere-se o equívoco da exegese aqui respeitosamente criticada.

Posto isso, provejo o recurso para, reformando a sentença, declarar a decadência e extinguir o processo, nos termos do art. 51, caput, da Lei 9.099/95, c/c o art. 269/IV, do Cód. Proc. Civil.

O Senhor Juiz JOSÉ DE AQUINO PERPÉTUO - Vogal

Com o Relator.

O Senhor Juiz LEILA CRISTINA GARBIN ARLANCH - Vogal

Com a Turma.

 

DECISÃO

 

Dado provimento, unânime.


Fonte: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios