10/08/2018 - AIE vê medo menor sobre oferta de petróleo após alta da produção
(Bloomberg) -- O temor relacionado à oferta de petróleo diminuiu depois que os produtores passaram a bombear uma quantidade maior, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), que há um mês havia alertado para uma possível escassez. "As preocupações a respeito da estabilidade da oferta de petróleo esfriaram um pouco, pelo menos por enquanto", informou a agência, que assessora a maioria das grandes economias do mundo, em relatório mensal. "Temos visto aumentos de produção, principalmente na Arábia Saudita e na Rússia, uma forte alta das exportações dos EUA em junho" e "uma recuperação parcial, embora frágil, na Líbia". A perspectiva mais relaxada surge apesar do aumento nas estimativas de demanda de petróleo da agência. A agência com sede em Paris também informou que a calmaria pode ser passageira, repetindo o alerta do mês passado de que as perdas contínuas na Venezuela e as sanções dos EUA contra o Irã podem acabar cortando uma fatia da oferta superior à capacidade de substituição dos demais produtores. Os preços do petróleo caíram por seis semanas seguidas em Nova York e o barril é negociado em cerca de US$ 67 nesta sexta-feira em meio à preocupação com a possibilidade de que a disputa comercial entre os EUA e a China prejudique a atividade econômica e o consumo de energia. Os preços também recuaram quando a Opep e a Rússia fecharam acordo para recuperação da produção com o objetivo de diminuir as preocupações dos consumidores depois que o petróleo subiu e atingiu o maior patamar em três anos no início do verão (Hemisfério Norte). A produção da Opep se manteve estável em julho após um inesperado recuo de seu maior membro, a Arábia Saudita. Após sinalizar um potencial de produção recorde em julho, o país acabou bombeando 10,35 milhões de barris por dia, pouco menos que em junho, devido ao interesse menor dos compradores asiáticos, informou a AIE. Para satisfazer a demanda no segundo semestre do ano, o cartel terá que ampliar levemente a produção em relação aos 32,2 milhões de barris por dia bombeados em julho, mostram os dados da AIE. Qualquer aumento se somaria à oferta adicional necessária para compensar as perdas atuais na Venezuela e o iminente recuo do Irã, que enfrenta novas sanções americanas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou o acordo nuclear com o país. "Com as sanções sobre o petróleo do Irã entrando em vigor, talvez em combinação com problemas de produção em outros lugares, a manutenção da oferta global pode ser bastante desafiadora e custaria a manutenção de uma capacidade de reposição adequada", afirmou a AIE.
FONTE:
UOL