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22/09/2017 - IBGE:Receita do setor de serviços tem em 2015 primeira queda em 8 anos

O ciclo econômico recessivo erodiu, já em 2015, tanto os serviços que dão apoio às empresas e ao governo quanto aqueles que dependem de decisões das famílias, mostram os dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A receita operacional líquida das empresas do setor de serviços somou R$ 1,443 trilhão em 2015, 2,4% a menos do que no ano anterior (em termos reais). Tratou-se da primeira baixa desde 2007, início da série histórica da pesquisa. O pior resultado do setor havia sido, até então, o apurado em 2013, quando cresceu 4,7%.

 

"Enquanto outras atividades entraram na crise em 2014, o setor de serviços ainda manteve-se em crescimento. Mas verificamos que, em 2015, o setor desembarcou de fato na crise. Foi um ano em que todos os componentes da demanda tiveram queda [famílias, governos e investimentos]", disse Dione de Oliveira, técnica da pesquisa.

 

Por dentro desse resultado, a receita operacional líquida dos serviços prestados principalmente às famílias teve queda de 5,31% em 2015, para R$ 166,9 bilhões. Já a receita dos serviços profissionais, administrativos e complementares ? muito demandado por empresas ? recuou 3,03%, para R$ 386,3 bilhões naquele ano.

 

Os serviços de informação e comunicação, por sua vez, tiveram aumento de 1,2%, para R$ 328,6 bilhões. Mas dentro deles, a atividade chamada edição e edição integrada à impressão teve o maior tombo percentual de todos os ramos do setor de serviços acompanhados pelo IBGE, 12,6% em 2015, na comparação a 2014.

 

"Embora a crise possa ter contribuído para a magnitude dessa variação, a queda de receita dessa atividade tem caráter mais estrutural, devido à perda de peso das mídias impressas", avaliaram os técnicos do IBGE na pesquisa.

 

A queda da receita do setor de serviços como um todo refletiu-se no número de pessoas ocupadas na atividade, que recuou 2,3% em 2015, para 12,7 milhões de vagas. Com menos empregos e a inflação nas alturas em 2015, a massa salarial real dos ocupados no setor registrou expressiva queda de 5,6%, para R$ 314,9 bilhões.

 

De acordo com a pesquisa do IBGE, o segmento teve um valor adicionado bruto de R$ 856 bilhões em 2015. Dados das Contas Nacionais, do IBGE, indicam que serviços tinham peso de 72% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro naquele ano. O PIB registrou queda de 3,8% em 2015, o pior resultado apurado pelo instituto desde 1990.

 

Segundo o levantamento, o país tinha 1,286 milhões de empresas no setor. Isso significa fechamento líquido de 35.377 empresas no período. A maioria das empresas em atividade era do ramo de serviços profissionais, administrativos e complementares (que inclui desde agências de viagens à segurança), representando 31,27% do total.

 

Produtividade

 

A produtividade do trabalho no setor de serviços recuou 1,2% em 2015, na comparação ao ano anterior, o pior resultado na série histórica da Pesquisa Anual de Serviços (PAS).

 

A produtividade corresponde ao valor adicionado (valor que a atividade agrega no processo produtivo) dividido pelo pessoal ocupado no setor. Ela recuou em 2015 porque a baixa do valor adicionado (-3,48%) foi mais intensa do que do pessoal ocupado (-2,34%).

 

"O setor de serviços é, de maneira geral, é bastante heterogêneo, mas tem muitas atividades intensivas de mão de obra. Nestes casos, a velocidade que você altera o componente do trabalho é mais devagar do que a queda do valor adicionado do setor", disse Dione de Oliveira, técnica da pesquisa.

 

Cada trabalhador gerou em média R$ 67.494 em valor adicionado no setor de serviços, em 2015. Os segmentos com maiores quedas no indicador foram atividades imobiliárias (-9,5%) e serviços prestados principalmente às famílias (-8%), segundo a pesquisa.

 
A perda salarial média real dos trabalhadores do setor de serviços, em 2015, foi de 3,4%, superando a queda de produtividade. De 2007 e 2015, porém, essa variação média anual segue favorável ao salário (+1,8%) em relação a produtividade (+1,5%).

FONTE: UOL

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