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07/10/2015 - Buscando trabalho, refugiados têm dificuldade para comprovar formação

Por meio de iniciativas como o site "Estou Refugiado", imigrantes buscam emprego no Brasil. Muitos, porém, encontram dificuldades para comprovar sua formação profissional.

Segundo Vinícius Paris, gestor voluntário do Parr (Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados), os refugiados costumam sair às pressas de seu país, deixando para trás seus papéis. Os que trouxeram diplomas e registros têm dificuldade para traduzi-los, porque é muito caro, e isso é necessário para poder atuar profissionalmente.

O Parr é um projeto que reúne informações profissionais dos refugiados que chegam ao Brasil e faz a ponte com empresas para que encontrem trabalho. Ele tem o apoio da Acnur, agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para refugiados. 

Entre os 948 cadastrados atualmente, 275 dizem ter ensino superior completo e 278 afirmam que terminaram o ensino médio. Há ainda 34 que dizem ter pós-graduação.

Esses números incluem aqueles que conseguiram e também os que não conseguiram provar qualificação ainda. Todos os cadastrados no site, porém, já têm carteira de trabalho e condições de conseguir emprego no Brasil, mesmo que não em suas áreas de formação.

Projeto conseguiu emprego para 161 refugiados
Desde sua criação, em 2011, o Parr conseguiu arrumar trabalho para 161 refugiados, segundo o gestor. Atualmente, há 80 vagas de emprego abertas. Apesar de ser um número pequeno, Vinícius Paris afirma que está aumentando ano a ano, principalmente com o aumento de visibilidade da causa.

Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados, do Ministério da Justiça, havia 7.289 refugiados no Brasil até outubro de 2014.

Esse número não inclui haitianos que chegaram ao país desde o terremoto de 2010, porque eles recebem visto humanitário. De acordo com dados da Polícia Federal, mais de 39 mil haitianos entraram no país de 2010 até setembro de 2014.

Na prática, o visto humanitário dá os mesmos direitos que o de um refugiado, incluindo o de trabalhar. A diferença é que o processo para consegui-lo é menos burocrático, segundo Vinícius Paris.

Contratar refugiados traz benefícios, diz criador do Parr
O projeto foi criado por João Marques, presidente da Emdoc, consultoria na área de imigração. Ele afirma que o Parr é totalmente financiado por sua empresa.

Marques diz que a contratação de refugiados traz benefícios para as empresas porque, além da qualificação, são profissionais fieis ao emprego, sem tendência de rotatividade.

Ele também afirma que o clima na empresa costuma melhorar com a chegada de estrangeiros, porque os outros funcionários se sensibilizam com a história de vida do imigrante e deixam de reclamar de alguns problemas do dia a dia no trabalho. 

Vinícius Paris afirma que as empresas que levam ofertas de emprego devem seguir critérios, para evitar exploração dos trabalhadores. Nas primeiras etapas, elas não têm acesso a alguns dados dos candidatos, como nome e endereço. As vagas devem ser com carteira assinada, e o Parr acompanha todo o processo, até o final do contrato de experiência.

FONTE: UOL

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