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25/07/2014 - Veja como unir pequenos empreendedores para formar grandes negócios

Um é responsável pela produção de 3,6% de grãos e fibras do Brasil, tendo receitas de R$ 8,18 bilhões e patrimônio líquido de $ 2,73 bilhões. Outro industrializa 156 milhões de litros de leite e 20 mil toneladas de produtos lácteos por ano.

O terceiro possui mais de mil pontos de atendimento em onze Estados brasileiros, agregando uns 2,6 milhões de cooperados, por meio de um sistema que reúne 4 cooperativas centrais e 112 cooperativas de crédito singulares que controlam empresas e banco.

O que os três têm em comum? São cooperativas. Como isso é possível? Por meio da conscientização de que sozinhos os pequenos produtores, agricultores ou cidadãos não conseguiriam atingir escala de produção, ter força para negociar insumos ou obter crédito em condições melhores. 

Essas surgem quando 28 tecelões, em 1844, Rochdale, Inglaterra, criam uma cooperativa de consumo. Na área de crédito surgem na Alemanha, em 1848 e 1850, pelo empreendedorismo de Raiffeisen e Schulze, respectivamente. Em Milão, Itália, em 1865, Luigi Luzatti que funda o primeiro banco cooperativo.

Na área de crédito, o que se tornou o Sistema Sicredi (hoje uma holding) é uma lição de longevidade nos negócios. Surge no final de 1902, na cidade de Nova Petrópolis, RS, graças à iniciativa do padre Theodor Amstad que auxilia os agricultores a criar a Sparkasse Amstad - caixa de poupança e empréstimos.

O modelo se dissemina rapidamente e logo são criadas mais 68 cooperativas, conhecidas como Caixas Populares do tipo Raiffeisen. Enfrenta as mudanças de conjuntura política e de legislação no Brasil, consegue crescer e se estabelecer a partir de 1981 em outros Estados brasileiros.

No caso dos produtores de leite do Rio Grande do Sul, a iniciativa se deve a  17 pequenos agricultores que para obter maior aproveitamento e valor de suas pequenas produções de leite fundam, em 1911, a "Latteria Santa Chiara", uma microempresa que produzia manteiga e queijo.

Ela prospera e, graças à influência do italiano Giuseppe De Stéfano Paternóc, técnico, é transformada na Cooperativa de Laticínios União Colonial, fundada por 32 cooperados. Em 1977 é batizada de Cooperativa Santa Clara Ltda. homenageando a comunidade de Santa Clara, que fica em Carlos Barbosa.

É a cooperativa de laticínios brasileira mais antiga, e derivou para outros negócios: frigorífico, fábrica de rações, supermercados etc. É um exemplo de empreendedorismo notável: em mais de cem anos, seus cooperados gestores nunca tiveram deficit e projetam um faturamento de R$ 935 milhões em 2014.

Outro exemplo vem do Paraná, da região de Campo Mourão, de numa região em que a terra ácida era conhecida como "três S" - saúva, samambaia e sapé. O ciclo extrativo de madeira estava chegando ao fim, e a preocupação era a sobrevivência da região.

Os agricultores usavam técnicas manuais, desconhecendo técnicas modernas que permitissem o cultivo de grãos, e os recursos como tratores eram bem escassos. Pois bem, um recém-formado engenheiro agrônomo --José Aroldo Gallassini-- lá chega em 1968, como funcionário do que é hoje a Emater.

Faz experimentos com trigo, soja, diversas variedades, épocas de plantio, adubação, calagem etc. E, a preocupação com a produção, passou a englobar também a comercialização. A formação de cooperativa é a solução.

Aí, uma pessoa que conhecia as cooperativas de madeiras do RS, percebe que esta é a saída. Deste modo, Fioravante João Ferri, torna-se o presidente da Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda. – COAMO –, em 1970, exigindo a participação de Gallassini como gerente geral.

Criada por 79 agricultores, numa sede de 50 m², fez crescer a produção de trigo da região, depois partiu para soja, loja de peças, fazenda experimental, indústria de óleo de soja, moinho de trigo, fiação de algodão, margarina etc., com unidades em 67 municípios. É a maior cooperativa agrícola do país.

Gallassini e outros empreendedores acreditam firmemente que a união faz a força. As cooperativas permitem que muitos se organizem para se beneficiar de agregação de tecnologia, diversificação, ampliação de produtividade e de renda. É uma grande solução para pequenos empreendedores.

FONTE: UOL

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