CONTROLE DOS CUSTOS - UMA MEDIDA FUNDAMENTAL PARA A
SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS

*José Santana

O Brasil é reconhecidamente o país dos extremos: ou convivemos com muito otimismo ou com muito pessimismo.

Passamos por um período de estabilidade econômica onde pudemos observar aumento do poder aquisitivo da população, valorização de ações e bons ganhos dos investidores e estabilidade nos preços de bens e serviços. Nos deparamos agora com um ambiente bastante instável, com índices inflacionários e de desemprego preocupantes, se comparados com aqueles de poucos anos atrás. O momento atual induz toda a população a voltar a preocupar-se com o preço do feijão, da passagem de ônibus, do combustível, e esquecendo tudo o que passou.

O período de estabilidade econômica coincidiu com nossa inserção no mercado globalizado e acelerou uma série de mudanças em nossas empresas. Tornou-se imperioso a adoção de ferramentas gerenciais eficazes como o planejamento estratégico, o orçamento empresarial, o fortalecimento dos controles internos, entre outras. Todos nós tivemos de aprender a controlar melhor os custos, tornando a contabilidade, especialmente de custos, um instrumento primordial de controle, análise e gestão bem-sucedida dos negócios. Com o fim da inflação galopante, os números registrados pela contabilidade passaram a ser melhor compreendidos, mais transparentes e confiáveis. A globalização exigiu mudanças que tornassem as empresas mais competitivas. Agora é preciso manter-se competitivo.

Algumas atitudes são fundamentais para que a sua empresa assegure a sua participação no mercado:

1. Implante um sistema de custos confiável;

2. Ao elaborar o orçamento empresarial, seja ambicioso, busque aumento significativo de rentabilidade;

3. Controle melhor os custos, faça análises no sentido de identificar aqueles decorrentes de atividades que não agregam valor ao seu cliente;

4. Elimine produtos e serviços não rentáveis;

5. Reduza níveis hierárquicos, implemente o gerenciamento por projetos, com responsabilidades definidas;

6. Terceirize tudo o que for possível. Mais importante que ter poder é estar estruturado com custos competitivos;

7. Introduza relatórios gerenciais inteligentes e concisos, que efetivamente comuniquem e tragam informações úteis e em tempo hábil ao bom gerenciamento do negócio, enfatizando os resultados e contribuições devidamente segmentados;

8. Forneça informações necessárias para que todos dentro de sua empresa possam desempenhar bem as suas funções, fazendo com que todos sintam-se parte do negócio;

9. Elimine o overhead improdutivo. Com algumas mensagens e treinamento sistemático o profissional improdutivo tornar-se-á produtivo;

10. Mantenha-se atualizado em relação aos melhores do seu ramo de atividade, quanto aos processos produtivos, comerciais, administrativo e financeiro. O benchmarking evidenciará possibilidades de ganhos de produtividade;

11. Busque a melhoria contínua. Implante programas de qualidade total e assemelhados.

Se a sua empresa deseja sobreviver no mercado atual, não tem outra alternativa senão a adoção dessas medidas. Caso contrário, o concorrente passará atropelando-o como um rolo compressor.

Finalmente, não esqueça nunca de duas regras infalíveis para manter seus clientes satisfeitos:

1) o cliente sempre tem razão;

2) na dúvida, aplica-se a regra número um.  

*José Santana é Contador, com Pós-graduação em Auditoria Interna e Controladoria. Atua como Consultor e Auditor de empresas. É membro do AUDIBRA-Instituto dos Auditores Internos do Brasil.

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